Dia de Portugal de Camões e das Comunidades Portuguesas -2007 Setúbal MENU
História
O termo nasceu a partir da designação de Kommando que os Boers da África do Sul davam às suas tropas de operações especiais na Guerra contra os britânicos no princípio do séc. XX. A palavra boer Kommando por sua vez terá tido origem no termo Português Comando, no sentido de grupo de tropas sob um comando comum. Essas tropas actuavam em pequenos destacamentos, que se deslocavam normalmente a cavalo, e lançavam ataques rápidos contra as tropas britânicas.
Durante a 2ª Guerra Mundial tanto os britânicos como os alemães decidiram reutilizar este termo para designar as novas tropas de operações especiais que tinham formado (as britânicas designadas Commandos e as alemãs Kommandos). Posteriormente o termo foi utilizado por outros países para designar algumas das suas forças de elite.
Os COMANDOS são uma unidade de forças especiais do Exército Português.O seu lema é "Audaces Fortuna Juvat"(A Sorte Protege os Audazes) e o seu grito de guerra é "MAMA SUMAE"(que pode ser traduzido como "Estamos Aqui, prontos para o sacrificio"- foi tomado da Tribo Bantu da África do Sul). Foram criados como uma Força Especial de Contra-Guerrilha, respondendo á necessidade do exército de ter unidades especializadas adaptadas para esse tipo de guerra que , em 1961 c0meçou em Angola e mais tarde na Guiné Portuguesa(actualmente Guiné-Bissau) e Moçambique.
REGIMENTO DE COMANDOS NA AMADORA (1991)
Estas unidades tem capacidade para:
conduzir acções especiais no território português ou no estrangeiro
lutar como infantaria de assalto / tropas de choque
providenciar altos comandos políticos e militares com capacidade para executarem operações especiais.
O primeiro objectivo do exército foi criar uma força especial para preparada para operações de contra-guerrilha, mas os Comandos Portugueses também participam em outras operações, com unidades especiais organizadas para cada operação, e em missões de assalto, com características de guerra convencional, especialmente nos últimos anos de guerra colonial , quando operaram como um batalhão, apoiado pela artilharia e força aérea.
A história dos Comandos Portugueses começou em 25 de Junho de 1962, quando, em Zemba(Norte de Angola), os primeiros 6 grupos predecessores dos Comandos, foram formados. Para a preparação desses grupos foi criado o CI 21 – Centro de Instrução de Contra guerrilha comandado pelo Tenente Coronel Nave, e teve como instrutor, o fotógrafo e ex-Sargento da Legião Estrangeira Francesa, o italiano Dante Vachi, com experiência nas guerras da Indochina e da Argélia.
Os seis grupos preparados neste centro conseguiram execelentes resultados operacionais. O Comando Militar em Angola decidiram evoluir essa instrução e a integração dessas unidades na orgânica do exército, e em 1963 e 64, CI 16 e CI 25 foram criados em Quibala(Angola). Pela primeira vez, o termo "Comandos" foi aplicado ás tropas instruídas nesses centros.
Em 13 de Fevereiro de 1964, o primeiro curso de Comandos em Moçambique foi iniciado em Namaacha(Lourenço Marques, actual Maputo) e em 23 de Julho desse mesmo ano, em Brá(Guiné-Bissau), o primeiro Curso de Comandos da Guiné.
Instrução
Em Portugal, os Comandos nasceram na guerra e para fazer a guerra. A instrução tinha o objectivo de preparação tinha duas características - a prática e realismo - baseado em dois aspectos: o combate técnico e preparação psicológica. Tudo isto tendo uma fundação de selecção física e psicológica com altos valores.
A preparação psicológica para a guerra é talvez o aspecto que mais distingue os Comandos. O seu objectivo é transformar um homem num soldado auto-disciplinado, competente e efectivo em combate, preparado para lutar em qualquer situações e condições. A componente psicológica é provavelmente a mais importante da instrução, assumindo que ela é a sua arma principal.
Para o perfeito domínio do desejo sobre todos os outros instintos, a instrução de um Comando exige testar os limites da resistência do recruta, aspirando fazer de cada um o mestre do seu próprio desejo.
Organização
Numa primeira fase, os Comandos estavam organizados em grupos independentes compostos de voluntários vindos dos batalhões de infantaria, que formavam as unidades de intervenção. O sucesso desses grupos significou que rapidamente começaram a estar sob as ordens do Comandante-em-Chefe e Comandos Militares para conduzir Operações Especiais. Organização dos Grupos(exemplo):
uma equipa de comando(um oficial, um batedor, um médico, dois soldados)
três equipas de manobras(um Oficial não-comissionado, quatro soldados)
uma equipa de apoio(um Oficial não-comissionado, um soldado com RPG, e um soldado de munições, dois soldados)
Esta organização de um grupo de cinco equipas e cada equipa com cinco homens sofreu adaptações, mas a célula-base, a equipa de cinco homens, permaneceu durante a guerra.
A evolução da guerra revelou a necessidade de ter mais soldados Comandos e unidades independentes, capazes de operar durante longos períodos de tempo auto-sustentados: razões que levaram á criação de Companhias de Comandos. A primeira companhia foi formada em Andola e a sua instrução começou em Setembro de 1964. O seu Comandante, Capitão Albuquerque Gonçalves, recebeu o estandarte da unidade em 5 de Fevereiro de 1965.
Albuquerque Gonçalves
A segunda companhia tinha como destino Moçambique, comandada pelo Capitão Jaime Neves.
Jaime Neves
A organização e princípios dos Comandos Portugueses, inspirados pela Legião Estrangeira Francesa e nos Pára-Comandos belgas, tinham adquirido uma grande mobilidade e creatividade e técnicas de combate em Contra-Guerrilha, muito bem definidas e apoiada em permanente inovação.
A composição e organização das Companhias de Comandos estavam sempre adapatadas ás circunstâncias e situações, embora durante a guerra fosse possível verificar dois modelos, as companhias mais pequenas e grande companhias. As ex eram compostas por quatro grupos de comandos, cada um com quatro sub-grupos, constituído por 80 homens e com pequenos componentes de backup.
Essas companhias tinham uma pequena capacidade para se manterem independentes durante longo períodos de tempo, funcionavam como undidades temporárias de reforço num pequeno quadrado, tal e qual como as forças de intervenção, recebendo dessas unidades o apoio necessário. Nessas companhias, a mobilidade e flexibilidade eram um privilégio, e foram inicialmente usadas na Guiné e Moçambique.
As grandes companhias tinham cinco, grupos de equipas de comando, num total de 125 homens, conjuntamente com o pessoal de serviço, cerca de 80 homens, com médicos, batedores, transporte e cozinheiras. Outro tipo de organização foi adaptada as companhias de Comandos Africanos, formados na Guiné e composta por soldados metropolitanos quando necessários, um pouco parecido com o que as Forças Especiais Americanas tinham feito no Vietname com os " conselheiros".
A evolução da guerra, e a necessidade que começou a existir no combate, as grandes unidades na Guiné e Moçambique algumas vezes simultâneamente em acções especiais e regulares, levaram á criação de batalhões de comandos nesses dois teatros.
Esta função de Unidade-Mãe foi, em Angola e desde a sua fundação, realizada pelo Centro de Instrução de Comandos, que também precisou de se adaptar, separando a instrução e juntando as unidades operacionais na base do Campo Militar de Grafanil, perto de Luanda, embora nunca fosse completamente independente sob um comando específico. Como grandes unidades de comando o Centro de Instrução de Comandos, em Angola , na Guiné o Batalhão de Comandos e Batalhão de Comandos de Moçambique foram formados.
Embora o Centro de Comandos de Angola fosse a casa no centro da doutrina "Mãe" e da mística dos Comandos, todos os batalhões tiveram aí instrução e aí foram formadas as unidades para intervir no teatro de operações. Além do Centro de Instrução Comando de Angola, que preparou as unidades para Angola e Moçambique e os primeiros Comandos da Guiné, também em Portugal foi criado um centro em CIOE - Centro de Instrução de Operações Especiais, em Lamego, que dava instrução ás unidades mobilizadas para a Guiné e Moçambique.
Na sua história, os Comandos foram formados em Zemba(Angola) após 25 de Junho de 1962, em Quibala(Angola) e desde 30 de Junho de 1963, en Namaacha(Moçambique) desde 13 de Fevereiro de 1964, em Brá(Guiné) desde 23 de Julho de 1964, em Luanda(Angola) após 29 de Junho de 1965, em Lamego(Portugal) desde 12 de Abril de 1966 e em Montepuez(Moçambique após 1 de Outubro de 1969.
Após a Guerra Colonial, Portugal deu a independência a todas as suas colónias e todos os Comandos começaram a receber instrução na Amadora(Portugal desde 1 de Julho de 1974. O CIOE permanece activo até ao dia de hoje, com a tarefa de treinar e instruir os soldados das Operações Especiais; com uma diferente unidade, criada em 1980 e que popularmente é conhecida como Rangers. O CIOE também dá instrução a várias unidades de operações especiais das Forças de Polícia, e em 2006, passou a chamar-se CTOE-Centro de Treino de Operações Especiais.
Estatísticas
Os soldados Comandos que participaram em operações activas: mais de 9000 homens(510 oficiais, 1587 Oficiais Milicianos e 6977 soldados) que integraram61 companhias.
Perdas em Combate:
357 MEA (morto em acção)
28 DEC (desaparecido em combate)
771 feridos
Os Comandos constituíram cerca de 1% de todas as forças presentes na Guerra Colonial, mas o número das suas mortes foi cerca de 10% do total das baixas; uma percentagem 10 vezes maior do que as outras forças regulares. Os Comandos também eliminavam mais guerrilha e capturavam mais armas do que as outras forças. Essas características fizeram com que fossem os únicos a conseguir uma aura mística que permaneceu mesmo após o fim da guerra.
Após a guerra, os Comandos continuaram a aperfeiçoar os seus conhecimentos até 1993 quando foram extintos. Esta decisão foi influenciada pelo número de mortos durante a instrução. Os soldados Comandos foram agrupados com os Pára-Quedistas e daí foram transfreridos da Força Aérea para o Exército. Mas em 2002, os Comandos foram reactivados como uma Unidade Independente com a criação do Batalhão de Comandos. Estão agora baseados no Centro de tropas Comandos em Mafra(Carregueira). Foram enviados efectivos para o Afeganistão em 2005, onde um Sargento foi morto por uma bomba colocada numa rua onde fazia patrulha; foi o primeiro COMANDO morto em acção desde o final da Guerra Colonial Portuguesa.
Afegãos assistem á retirada do veículo victima da explosão em Kabul que victimou um Comando português, Afeganistão 18 de Novembro de 2005
ISAF
Comandos Portugueses em patrulha em veículos através das ruas de Kabul(Afeganistão)
Selecção
Deve ser um cidadão português
Deve ter 18 anos
Passar nos exames físicos e psicológicos
Testes Físicos:
correr 2500m abaixo dos 12 minutos
47 elevações abaixo dos 2 minutos
(palma da mão para a frente) 5 elevações em barra contínuas
Os testes físicos são fáceis de completar, o que permite aos Comandos terem um grande número de recrutas; o que é útil por causa do número de desistências durante a instrução. Após passarem todos os testes, os recrutas iniciam a instrução.
A maioria da instrução ou a sua natureza é desconhecida pelos recrutas. O que significa que eles devem constantemente estar prontos, para a mais pequena indicação, apresentarem-se na parada ou onde lhes seja ordenado, e seguírem o que os instrutores dizem. Podem interromper a instrução por mais de um dia, ou podem ter que fazer as suas actividades diurnas durante a noite.
O imprevisto e a surpresa são as fundamentais características da instrução. Cada recruta deve também ter um auto-controlo: devem dominar as reacções. Todas as exigências na instrução não são obrigatórias: cada recruta tem o direito de fazer o que lhe é ordenado. O, isso significa o fim do seu curso.
Quando um recruta completa com sucesso a instrução é reconhecido como COMANDO e recebe a famosa boina vermelha. A entrega da boina(como outras cerimónias dos Comandos) é inspirada nas velhas Ordens Militares Portuguesas( no Portugal medieval, tinham tarefas de vigilância e espionagem em tempo de paz; primeiro resistência na defensiva e os primeiros a atacar na ofensiva; sendo forças fortes durante o tempo de guerra).
Unidades de Comandos
Seguindo o modelo organizativo do Exército Português, existiam Unidades Territoriais de Comandos (designadas Centro de Instrução, Regimento, Batalhão, etc.) responsáveis por mobilizar, organizar, treinar e manter as Unidades Operacionais, normalmente de escalão Companhia. Os Batalhões de Comandos da Guiné e Moçambique funcionaram tanto como unidades territoriais mobilizadoras, como como unidades operacionais.
Unidades Mobilizadoras
Ao longo da sua existência foram várias as unidades mobilizadoras de Comandos:
1962-1965: Centro de Instrução Nº 21 (Centro de Instrução Especial de Contra-Guerrilha), em Zemba (Angola);
1963-1965: Centros de Instrução Nº 16 e Nº25, em Quibala (Angola);
1965-1974: Centro de Instrução de Comandos de Angola, em Luanda;
1966-1975 e 1996-2002: Centro de Instrução de Operações Especiais, em Lamego;
1964-1969: Centro de Instrução de Comandos da Guiné em Bissau;
1969-1974: Batalhão de Comandos da Guiné, em Bissau;
1969-1975: Batalhão de Comandos de Moçambique, em Montepuez;
1974-1975: Batalhão de Comandos Nº11, na Amadora;
1975-1996: Regimento de Comandos, na Amadora;
2002-2006: Regimento de Infantaria Nº 1, na Carregueira;
Companhias de Comandos de Moçambique (CCmdsMoç): 1ª, 2ª, 3ª, 4ª, 5ª, 6ª, 7ª, 8ª e 9ª.
Servindo em Portugal (1974-1993):
123ªCªComandos- Amadora
Batalhão de Comandos Nº 11 (BCmds11), incluindo as Companhias de Comandos (CCmds): Nº 111, Nº 112 e Nº 114;
'''''''''Batalhão de Comandos Nº 12 (BCmds12)'''', incluindo as CCmds: Nº 121, Nº 122, nº 123 (pesada) e mais tarde a nº 124 que substituiu a nº 131 voltando ser integrada no Bat. 12.Deste Bat. 12 era também a Companhia de Comandos REDES-Raides e destruições.''
A Companhia de Comandos 131 (A Pesada)-'''''''surgiu em 1982,depois de o Comandante Coronel CMD Jaime Neves ter sido substituído pelo Coronel CMD Júlio Oliveira,tendo este substituído a nº 123-Batalhão 12-3ª companhia,pela nº 131-Batalhão 13-1ª companhia.Efectivamente o Batalhão 13 não avançou tendo esta companhia mantido a sua independência em relação aos batalhões,sendo a Companhia Independente de armas pesadas.Foi comandada,pelo Capitão CMD Carlos Alberto Garcia Pinto.Mais tarde esta companhia é extinta e criada a nº 124 inserida no Batalhão 12,com as mesmas funções,de armamento pesado e designando-se também "A Pesada"."Mário Relvas-ccmds 123/131"'
Servindo em Portugal (desde 2002)
Carregueira - 2004
Actuais Companhias de Comandos (CCmds): 1ª e 2ª.
Símbolos
Uniforme
Boina Vermelha
O símbolo identificativo das tropas de Comandos do Exército Português mais conhecido é a famosa Boina Vermelha. Pelo uso deste item de fardamento os comandos são algumas vezes chamados de "Boinas Vermelhas". Curiosamente, a boina vermelha não esteve em uso durante a grande maioria da actividade operacional dos Comandos na Guerra do Ultramar, dado que só foi adoptada em 1974. Durante a Guerra do Ultramar, os comandos utilizaram a Boina Castanha padrão do Exército Português.
Lema
O lema dos Comandos é o verso latino da Eneida de Virgílio Audaces Fortuna Juvat, que significa A Sorte Protege os Audazes.
Grito de Guerra
O seu Grito de Guerra, retirado de uma tribo bantu do Sul de Angola que o usava na cerimónia de entrada na vida adulta é: Mama Sumé!, que em Português significa: Aqui Estamos, Prontos para o Sacrifício!.
Cerimonial
monumento dos comandos AMADORA comandos 29-06-06 festa em grupo
Os Comandos têm vários rituais iniciáticos e cerimoniais, inspirados nas antigas Ordens de Cavalaria Portuguesas. Além desses rituais, os Comandos têm uma forma de marchar própria, diferente das restantes unidades do Exército Português.
DIA DO EXERCITO 2005 COIMBRA
Documento original em http://www.enciclopedia.com.pt/readarticle.php?article_id=402
Grupo de Operações Especiais - GOE - É a unidade de operações especiais da Policia de Segurança Pública(PSP)
Em 1978, a Quinta das águas Livres foi adquirida começando então a construção dos trabalhos nas infrastruturas necessárias para organizar as actividades de instrução e de acomodação dos elementos que formariam o futuro grupo operacional. Ao mesmo tempo começaram os estudos para a criação dos GOE e, com a cooperação do governo britânico, e graças aos esforços do Governo chefiado pelo Dr. Mota Pinto, elementos do 22nd Special Air Service Regiment (SAS) vieram para Portugal para terinar e começar a formação de um grupo de policia capaz de conduzir missões anti-terroristas.
Em 29 de Março de 1982, o primeiro COE - Curso de Operações Especiais começou. O curso acabou a 18 de Novembro desse mesmo ano a unidade foi considerada totalmente operacional e com capacidade de intervenção desde o final de 1982, embora tivesse formalmente criada em 1979. Como resultado da aproximação entre os britânicos SAS e os portugueses GOE, as imagens dos primeiros agentes era dificil distinguir entre britânicos e portugueses por os seus uniformes, equipamento e armas serem idênticos.
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Mais tarde, o GOE, ainda mantinha uma forte relação com o SAS, e começou também a treinar com Delta Force dos Estados Unidos, GSG-9 da Alemanha, Unidades Anti-Terroristas da Guardia Civil de Espanha e Unidades Anti-Terroristas de Israel. As capacidades dos GOE foram testadas em Junho de 1983, quando um Comando Arménio, usando carros alugados, invadiu a residência do embaixador da Turquia matando um agente da PSP que fazia parte da equipa de segurança da embaixada, e fazendo reféns o resto das pessoas reféns. O Primeiro Ministro Mário Soares, deu ordem aos GOE para tomarem o edifício. Antes desta tentativa, os terroristas acidentalmente fizeram explodir os engenhos que estavam em seu poder, resultando na morte de 4 terroristas e uma pessoa ferida (a mulher do embaixador), esta foi a versão oficial dos acontecimentos.
Desde esse momento, missões foram delegadas aos GOE. Após 1991, elementos operacionais dos GOE, conjuntamente com ex-operacionais, iniciaram missões de protecção de representantes diplomáticos portugueses e instalações em países estrangeiros onde situações instáveis ou confictos armados punham essa representação em perigo. O nível dos operacionais enviados para esses cenários depedende da situação. O GOE também interveio na evacuação de cidadãos portugueses quando foi necessário: em 1992 em Luanda (Angola), em 1991 e 1997 na Rep.Democrática do Congo(ex-Zaire) e em outros países tais como Guiné, África do Sul, Argélia, Macau (China) e Bósnia.
Nessas missões, foram confrontados com tentativas de forçar a entrada nas delegações diplomáticas por elementos armados; a situação mais séria deu-se em 1997 no Zaire e em 1998 na Guiné; quando uma granada foi lançada para dentro da embaixada onde estava a equipa de segurança. Em 2005 foram também enviados para a Árabia Saudita e Iraque para proteger as embaixadas de Portugal e pessoal em ambos os países.
Os GOE também executam missões de protecção de VIPS e altos dignatários do estado, cooperando com outras unidades da PSP na criação de cordões de segurança e na selecção de atiradores furtivos(snipers) em missões de observação, busca e detecção de terroristas snipers. Outra actividade no qual o GOE participa é na cooperação com as Brigadas Anti-Crime, onde participam em missões de vigilância e na entrada em instalações fortificadas onde existam armas traficantes de droga. Uma abordagem mais profunda
DESCRIÇÃO :
Os GOE - ou Grupo de Operações Especiais - nasceu oficialmente em 1979 por decisão do Primeiro Ministro da época. Com efeito, com o advento do terrorismo um pouco por todo o mundo, o governo portugês decidiu dotar-se de uma unidade especilamente treinada para lutar contra este fenómeno. Em 1980 foram selecionados os voluntários a partir das tropas de élite do exército, na altura os Comandos. Um punhado de jovens oficiais e de sub-oficiais foram enviados para a Grã-Bretanha para treinar com os SAS.
Treinados pelos SAS
Com o curso terminado em 1981, eles vão constituir a base da nova unidade. Com a ajuda dos instrutores britânicos dos SAS, eles vão formar os homens e os sub-oficiais dos GOE. Em 1983, os GOE tinham uma centena de homens bem treinados e com uma unidade anti-terrorista operacional do mais alto nível. Esta unidade teve que actuar pela primeira vez numa situação de reféns na Embaixada da Turquia em Lisboa.
Hoje, os GOE é composto por uma centena de homens, todos vindos do seio da polícia(PSP), estando dependentes do Ministério da Administração Interna. A média de idade é de 28 anos e o tempo máximo de serviço é de 8 anos. Da primeira promoção, só restam dois ajudantes. São a excepção <<>> do grupo, como dizem os jovens policias.
O GEO da PSP:
A Policia de Segurança Pública ou PSP - depende do Minsitério da Administração Interna. Ela está organizada numa estrutura de comando vertical com um comandante central, de zonas regionais e distritos, assim como a Escola Superior de Policia(ESP) e a Escola Prática de Policia(EPP). A PSP tem também as unidades especiais, de onde se destacam os Corpos de Intervenção e o Grupo de Operações Especiais(GOE).
Os GOE foram criados como unidade especial no seio da PSP pelo Decreto-lei de 24 de Dezembro de 1979. Esse decreto visava instituir uma unidade especial capaz de intervir em situações extremas, sempre dentro do quadro legal. As missões estão definidas nos quatro artigos da lei.
ORGANIZAÇÃO:
Os GOE estão organizados á volta de uma célula de comando, uma célula de formação e de treino, a unidade de intervenção, uma célula de transmissões e uma célula de apoio.
As Patentes na PSP
Oficiais de Policia: super-intendentes, intendentes, indententes-adjuntos, comissário, comissário-adjunto, chefe de divisão, aspirante a oficial de policia.
Sub-Oficiais de policia : Chefe-adjunto principal, chefe-adjunto-ajudante, primeiro chefe adjunto, segundo chefe adjunto.
Guardas : Guarda principal, Guarda de Primeira Classe, Guarda de segunda Classe
Missão:
Os GOE devem:
conduzir acções ofensivas, independentes, benificiando do efeito surpresa devido á rapidez da acção, possuir um espirito de iniciativa e uma grande determinação, para manter na ordem os malfeitores;
na hipótese de casos com reféns, eles devem participar nas negociações, neutralizar os autores e de libertar os reféns sem importar qual o tipo de decisão.
Eles esgotarão todos os meios para facilitar as negociações ou então partirão para uma eventual intervenção.
SELECÇÃO :
Para se ser membro dos GOE, deve-se ser voluntário e medicalmente apto, realizar uma série de testes psicotécnicos particularmente duros.
Os seus primeiros obstáculos, são as provas desportivas, similares ás dos Pára-Quedistas e Comandos. De notar que a maior parte dos membros dos GOE fizeram o seu serviço militar obrigatório numa unidade de elite do Exército Português - Forças Especiais em Lamego, Pára-Quedistas, Comandos na Amadora, e Fuzileiros.
A última prova a satisfazer antes de começar o treino típico dos GOE é uma série de exercicios de tiro, com pistola, e espingarda. Estas provas realizam-se após esforço, em alguns casos após uma caminhada de muitos Quilómetros em terreno acidentado.
Vinte em Mil
Depois de ter passado os primeiros obstáculos, o jovem voluntário vai enfrentar um período de treino de 8 meses. O recrutamento tem lugar de dois em dois anos. Em 1000 voluntários, apenas uma vintena finaliza como elementos operacionais dos GOE. Todos os seis meses, o jovem policial deverá fazer um teste tanto físico como psíquico para ver se continua apto para permanecer no seio da unidade.
EXERCICIOS:
Os GOE é acima de tudo uma unidade anti-terrorista. Ela deve ser capaz de intervir rápidamente não importa qual o local do território português em qualquer tipo de sítio(aviões, comboios, autocarros, casas, imóveis, barcos etc...)
Para prevenir estas situações os membros dos GOE treinam dentro de comboios e aviões que são disponibilizados pelas companhias nacionais, ou em casas e imóveis construídos no seu campo de treino. Todos os tipos de armas são utilizados: espingardas de assalto para fazer saltar as portas das casas, pistolas-metrelhadoras HK MP-5 com ou sem sileciador, lança-granadas a gás, pistolas automáticas de 9 mm e Desert Eagle 357 Magnum. As armas podem estar equipadas com equipamento de visão nocturna ou indicador laser.
O treino físico é regular e intenso: caminhadas, natação, percursos de risco, passagem de liana em liana, escalada de imóveis, exercicios de descida rápida de helicóptero, rappel várias vezes por mês.
Todos os dias desenrolam-se exercicios de tiro. Sendo um particularmente espectacular, é o típico dos GOE, o Face a Face. Entre cada grupo , 20 metros, e cada homem de cada grupo fica a 2 metros do seu colega. No intervalo: um alvo. ao sinal de fogo, atira-se sobre o alvo que se encontra em frente. O interesse do exercicio é duplo: ele permite verificar o auto-controlo de cada um, e treinar para uma operação de tiro cruzado. Pensado para uma intervenção a bordo de um avião comercial ou de um vagão de comboio.
Cada membro dos GOE é também um atirador de élite. Um único elemento por grupo - um grupo possiu seis elementos - é desnhado para este tipo de trabalho. As distâncias de tiro regularmente aplicadas nos exercicios vão de 30 a 500 metros.
Noticias dos GOE
Embaixador no Iraque foi salvo pelo GOE Outras duas situações perigosas foram resolvidas com sucesso pelo Grupo de Operações Especiais da PSP
Desactivada a embaixada portuguesa em Bagdad, e com o regresso no final do mês dos 14 elementos do GOE (Grupo de Operações Especiais) da PSP, é tempo de balanço sobre o período passado no Iraque.
Segundo o Correio da Manhã, três situações de grande perigo marcaram a missão do GOE: foram destacados para proteger a embaixada portuguesa, após o levantamento sunita que se seguiu à destituição do ditador Saddam Hussein, em 2003, e protegeram o embaixador e família do rebentamento de um carro-bomba.
O ataque terrorista ocorreu em meados de 2005, recorda o CM, que conta que um veículo ligeiro, carregado com explosivos, aproximou-se a alta velocidade da chancelaria da embaixada portuguesa em Bagdad, desactivada anteontem. No interior, estavam o embaixador e a família.
O automóvel acabou por rebentar a menos de 50 metros dos muros da embaixada e por causar somente estragos materiais, e ninguém ficou ferido.
Nas ruas envolventes à embaixada, os elementos do GOE foram colocadas à prova em mais duas situações. Um blindado usado na patrulha foi alvo de ataque, com uma granada arremessada contra um dos vidros. O ataque resultou apenas em danos materiais. Já no ano passado, duas viaturas foram alvejadas com tiros de metralhadora.
De resto, segundo o Correio da Manhã, nenhum dos 188 elementos do GOE que, desde Janeiro de 2004, prestaram serviço em Bagdad, necessitou de receber assistência hospitalar.
Em pistola automática, os alvos são colocados a 50 metros. Para demonstrar a confiança dos seus homens o comandante do grupo operacional coloca os seus homens ao lado dos alvos.
Os GOE hoje são um dos grupos anti-terroristas mais eficazes. A melhor prova manifesta-se nos resultados de exercicios com outras forças especiais ocidentais: em 50 grupos que participaram ( britânicos, franceses, americanos, holandeses , espanhóis, belgas, italianos etc...) os portugueses terminaram em 4º lugar.
Para se manterem operacionais, os policiais dos GOE encontram-se com os seus colegas espanhóis que estão sempre operacionais na luta contra a ETA. Muito recentemente, o desmpenho do GOE foi alargado. Quando Portugal foi confrontado como outros países aliados, nos seus interesses e representantes no Zaire em Angola e na Ex-Jugoslávia, Iraque.
Uma Extensão das Suas Missões:
Certos elementos dos GOE são enviados para esses países para proteger os embaixadores, e por extensão, todos os ocidentais que se encontram em perigo. Actualmente estão policias dos GOE em missão no estrangeiro.
EQUIPAMENTO:
Para cumprir a sua missão o mais eficazmente possível , o GOE está equipado com um conjunto de armas de diferentes tipos, cada uma adaptada a cada missão.
HK MP-5
Mauser 66S
HK SG-1
As Pistolas-Metrelhadoras: HK MP-5 type A1 (mini), HK MP-5 A2 (crosse fixe), HK MP-5 A3 (crosse pliante) é a arma mais utilizada, e a HK MP-5 SD1 ( equipada com silenciador).
As Pistolas Automáticas : Browning e Sig Sauer P-228 em 9 mm, Sig Sauer P-230 em 9 mm e Désert Eagle em 357 Magnum.
Browning
Sig Sauer P-228
Desert Eagle 357 Magnum
Espingardas de tiro de Precisão : Mauser 66S calibre 7,62 para treino, as HK SG-1 calibre 7,62, as HK PS G-1 calibre 7,62, as Sig SG 550 sniper em calibre 5,56 em serviço desde o ano de 1993, e por fim o ensaio Galil em 7,62. As armas especiais : para fazer saltar as portas, uma só solução, o calibre 12 : os GOE empregam a Riot Gun HK 502. O tiro de granadas de gás é efectuado com a ajuda da carabina Haley & Weller em calibre 38 mm e da pistoleta MPR6 sempre em calibre 38.
As Transmissões: Os atiradores de élite e os homens do grupo de assalto estão equipados com rádios Motorola MX 350 munidos de auscultadores e micros.
Um de Assalto a um Avião
São 11 h 30m, algures em Lisboa. Os policias do Grupo de Operações Especiais(GOE) do Ministério da Administração Interna preparam-se para almoçar. Á mesma hora, a bordo de um Tristar da Companhia Aérea Nacional TAP, um grupo de terroristas toma conta do avião e prende a tripulação e faz 250 passageiros reféns. O avião que devia posar em Lisboa é desviado para Faro, no Sul do país.
Ás 11 h 45 m , o alerta é dado ao Ministério da Administração Interna. O caso é sério, muito sério. Um gabinete de crise é formado, são 12 horas. Qinze minutos depois, a decisão é tomada, somente o GOE tem a capacidade de resolver o problema. 12 h 30m, nas casernas do GOE.
A sirene toca, não se trata de um exercicio. Imediatamente, o grupo de alerta precipita-se para os seus Land Rover e camionetas Mercedes: em direcção á casa de armas. Em algumas dezenas de minutos, juntam o material necessário á operação. Durante esse tempo os outros membros em dispensa num sector próximo de Lisboa são avisados para se juntarem por <> ás 13h45m na Base Aérea do Montijo.
Os Veículos são carregados. Todas as Sirenes tocam, tomando a direcção do Montijo.
Avisam a base aérea para numa hora, ter um Hércules C-130 para levar para Faro o Grupo de Operações Especiais.
A direcção geral da TAP, faz descolar de Lisboa um Tristar idêntico em todos os aspectos ao avião desviado. Este avião vai servir para os GOE treinar uma última vez para um eventual assalto ao avião desviado. Apesar de terem treinado em todos os aviões da TAP, mais uma última verificação não vai fazer mal. No Ministério da Administração Interna recolhem-se todas as informações sobre os terroristas. Estas informações são imediatamente transmitidas ao GOE.
São 15 horas em Faro quando o C-130 aterra com inversão das hélices. A porta traseira se abre, os Land Rover e pesados Mercedes surgem com homnes vestidos de negro, armados de pistolas-metrelhadoras HK MP-5.
Os homens do GOE seguem para a porta do comandante. Os atiradores especiais posicionam-se á volta do avião em lugares estratégicos. Todos permanecem em contacto por rádio.
Uma última repetição
16 horas, depois de uma última repetição sobre o segundo Tristar, o grupo é posto em stand by. Somente o ministro pode dar a ordem de ataque. Ele só a pode dar sob duas condições. A primeira se os terroristas começarem a matar os reféns: será necessário um assalto de urgência. A segunda se após demoradas conversações , não se vislumbrar uma saída.
Os Goe tentam fazer uma ideia mais precisa sobre os terroristas. Eles são no mínimo cinco, e quatro deles podem ser identificados.
Ás 18 horas, a tensão está montada no avião, um refém foi mesmo executado.
A ordem de assalto foi dada ás 17h30m, os terroristas libertaram as mulheres e crianças. Restam portanto 135 pessoas reféns.
O sol vai se pondo sobre o aeroporto, são19 horas. As conversações estão em curso entre os terroristas e o Governo Português.
Para a Traseira do Avião
São 23 horas: os elementos do GOE que no momento de alerta não estavam em Lisboa chegam a bordo de um segundo C-130. A unidade está práticamente completa. Somente um grupo fica de reserva em Lisboa para o caso de acontecer outra crise.
Ás 2 horas da manhã, a fadiga faz-se sentir. Os homens estão estendidos sobre as suas camas de campo. Eles sabem que podem ficar á espera muitos dias.
Mais, a identidade dos terroristas leva a pensar que eles podem tornar-se muito violentos. A ordem de ataque vai chegar em dois minutos.
As viaturas aproximam-se cerca de 500 metros do avião. Os homens fazem saír as escadas. O avião vai ser abordado pela traseira. Os grupos vão de seguida colocar sob a fuselagem e em posição sob cada uma das portas do Tristar e sobre o trém dianteiro.
Ás 2h17, os comandos do GOE estão em posição, contacto rádio permanente. As escadas são colocadas contra a carlinga. E os homens sobem sem barulho.
2 horas e 18 minutos e 20 segundos, o <> é dado pela abertura das portas pelo sistema exterior de socorro. A entrada no avião é imediata; a cabine está numa obscuridade total. Os homens do comando estão todos equipados com aparelhos de visão nocturna.
2 horas e 18 minutos e 23 segundos, abertura do fogo. Os terroristas não veêm nada, três deles estão mortos. Dois outros são imobilizados e um sexto faz do piloto refém. Ele tenta saír. O atirador especial dos GOE a 300 metros do avião acompanha a acção e atira sob ordem do chefe de comando. Uma bala entre os olhos , e o último terrorista tomba.
2 h20 m a operação termina. Com o saldo: de quatro terroristas mortos, dois prisoneiros e três reféns ligeiramente feridos durante o tiroteio. Os GOE demontraram a sua eficácia. Apesar do que estamos descrevendo não passe de uma ficção, ela demonstra o que se passará se um dia uma situação desta natureza acontecer em Portugal.
GOE «fizeram o impossível» no Iraque
O ministro da Administração Interna, António Costa, saudou hoje, no Aeródromo Militar de Figo maduro, os 14 homens do Grupo de Operações Especiais (GOE) que regressaram do Iraque, salientando que eles «fizeram o impossível», informa a agência Lusa.
O grupo fazia a segurança às instalações e pessoal diplomático em Bagdade mas regressou a Portugal devido ao encerramento daquela Embaixada. O ministro da tutela afirmou que «os GOE, desempenharam um papel de altíssimo risco e fizeram o impossível, ao longo dos três anos e três meses que estiveram no Iraque».
António Costa deu as boas vindas, pessoalmente, a todos os elementos que regressaram da missão. O GOE encerrou, com a chegada deste grupo, a 13ª missão portuguesa no Iraque, com um «saldo muito positivo quer em formação quer em serviço prestado que dignificou Portugal», sublinhou, por seu lado, o intendente Magina, comandante do GOE.
António Costa, questionado pela Lusa sobre o futuro daquela unidade de elite, afirmou que passa pela integração das três forças especiais da PSP num «Comando Unificado das Unidades Especiais» com o GOE, o Corpo de Intervenção e o Corpo de Segurança Pessoal em Belas. O grupo de Desactivação de Engenhos Explosivos integrará também aquele Comando.
Fontes: PSP; RAIDS Magazine nº 85;Armas & Munições - Imprensa Tradução e composição de José Palma